Maior investimento da história do município e internacionalização da produção estão entre as iniciativas centrais da Prefeitura para o setor em 2025
Neste domingo de carnaval, 02/03, o setor audiovisual carioca – e de todo o país – acompanhou a transmissão da cerimônia do Oscar com interesse especial. O filme “Ainda estou aqui”, todo rodado no Rio de Janeiro, concorreu a três indicações, incluindo melhor filme na cerimônia do Oscar, e foi o vencedor da categoria de Melhor Filme Internacional, fazendo história no cinema brasileiro. O longa-metragem, que mostra um Rio dos anos 60 e foi gravado em bairros como Urca, Ipanema, São Cristóvão e centro da cidade, estreou no Brasil em 7/11, já levou mais de 5 milhões de pessoas ao cinema e acumulou uma bilheteria de mais de R$100 milhões de reais e o título de quinto filme brasileiro mais visto da história.
A trajetória do filme coroa o momento de grande sucesso do audiovisual carioca. Este ano, o Prefeito Eduardo Paes anunciou o investimento de R$ 100 milhões, maior valor da história do município. Os recursos são resultado de uma parceria entre a RioFilme e a ANCINE, via Fundo Setorial do Audiovisual. E ainda há perspectiva de recursos municipais que serão anunciados no segundo trimestre.
Entre 2021 e 2024, os investimentos da Prefeitura do Rio em audiovisual, por meio da Secretaria Municipal de Cultura via RioFilme, superaram R$ 146,5 milhões, viabilizando 442 projetos. Em 2023, o investimento municipal gerou cerca de 12 mil postos de trabalho na área técnica e artística. Com a implantação do mecanismo de “Cash Rebate” (Edital de Incentivo à Atração de Produções Audiovisuais para o Município do Rio de Janeiro), a cidade atraiu R$ 83,7 milhões, em uma proporção de R$ 3,7 atraídos para cada real investido pelo município.
O Rio também se consagrou como a cidade mais filmada da América Latina e um dos maiores destinos cinematográficos do mundo, superando Paris e Cidade do México em número de diárias de filmagem autorizadas em espaços públicos. E ainda neste semestre, a cidade também estará representada no Festival de Cinema de Cannes, na França, através da RioFilme, para impulsionar o setor, por meio de parcerias internacionais, e destacar o Rio como destino cinematográfico para produções internacionais.
“O Rio, pela força de sua cultura e pela beleza vertiginosa de suas paisagens, sempre foi um protagonista nas grandes produções cinematográficas. Mas é muito mais que isso. A indústria audiovisual carioca é moderna, competitiva, tem infraestrutura e logística testadas e aprovadas por realizadores brasileiros e estrangeiros. Tem mão de obra especializada, gera riqueza e empregos e coloca a cidade em destaque em produções que ganham as telas de cinema e do streaming no mundo todo”, explica o secretário municipal de Cultura, Lucas Padilha.
Um setor que não para de crescer – O impacto da Indústria Audiovisual Carioca em números
Desde 2021, com a retomada promovida pelos investimentos realizados pela Prefeitura do Rio, por meio da RioFilme, a indústria audiovisual carioca tem conquistado recordes a serem celebrados. Na última gestão (2021 – 2024) a movimentação econômica do setor audiovisual carioca cresceu quase 60%, e a arrecadação, aproximadamente 70%, contribuindo para a geração de emprego e renda na cidade. Em 2022, a cidade do Rio de Janeiro foi responsável por 17,5% dos empregos formais gerados pelo setor audiovisual no país. E, atualmente, a economia gerada pela indústria audiovisual está entre os 10 maiores do PIBs do município do Rio. Em um escopo mais amplo, os números divulgados pela ANCINE (Agência Nacional de Cinema) registram que nos últimos dez anos, 71% do público e 70% da renda anual do cinema brasileiro advêm da produção fluminense.
Rio conquista o posto de cidade mais filmada da América Latina e uma das mais filmadas do mundo.
Recentemente o Rio consagrou-se também como a cidade mais filmada da América Latina e um dos maiores destinos cinematográficos do mundo, superando Paris e Cidade do México em número de diárias de filmagem autorizadas em espaços públicos. Em 2024 os resultados foram melhores ainda, o município foi locação para 8.782 diárias de filmagem, de 505 produções. Desse total, 27 eram produções internacionais, que escolheram o Rio como set de 748 diárias de gravação, um aumento de mais de 100% neste quesito em relação a 2023, segundo a Rio Film Commission, departamento da RioFilme que autoriza e apoia as gravações na cidade.
“Ainda estou aqui” foi uma das produções atendidas pela Rio Film Commission entre 2023 e 2024. O filme de Walter Salles demandou a autorização de 250 diárias de filmagem, sendo 32 diárias em 2023 e 18 diárias em 2024. Os bairros escolhidos como locação foram Botafogo, Centro, Cidade Universitária, Copacabana, Engenho de Dentro, Flamengo, Freguesia, Galeão, Glória, Ipanema, Jardim Botânico, Lagoa, Laranjeiras, Leblon, São Cristóvão e Urca, este o campeão de filmagens, com 154 diárias. Natural, afinal a casa escolhida para ser a locação do antigo casarão dos Paiva na orla do Leblon fica lá, numa esquina que virou ponto turístico.
“Ainda estou aqui” ocupou a cidade toda com as filmagens, foram 209 diárias de gravação na zona sul, 31 no centro, cinco na zona oeste e cinco na zona norte, impactando o comércio local e movimentando a economia da cidade como um todo. Além é claro, de ajudar a projetar o Rio nas telas do mundo inteiro, um ativo poderoso do soft power carioca que tem impactos múltiplos a curto e longo prazo.
Brasil: país de honra em Cannes 2025
Este ano o Brasil é nomeado país de honra de 2025 no Marché Du Film – o maior mercado e encontro internacional de filmes e profissionais do cinema no mundo – que acontecerá de 13 a 21 de maio durante o 78º Festival de Cannes. O reconhecimento destacará a dinâmica indústria audiovisual do Brasil, seus talentos e seu compromisso de longa data com a colaboração internacional. Polo criativo responsável pela maior parte da renda, público e conteúdo audiovisual do país, o Rio terá a oportunidade de apresentar a produção carioca em destaque no evento.
Para Leonardo Edde, Diretor-Presidente da RioFilme, “o Rio de Janeiro já é um dos maiores destinos cinematográficos do mundo, e nossa meta é consolidar ainda mais essa posição. Com paisagens icônicas, mão de obra qualificada e uma estrutura cada vez mais competitiva, seguimos atraindo produções nacionais e internacionais. Mas, para que essa indústria seja sustentável a longo prazo, precisamos fortalecer a exportação dos nossos filmes e serviços. O audiovisual é uma economia de escala global, e a internacionalização da produção carioca não é apenas uma oportunidade, é uma necessidade. Quanto mais os nossos filmes circulam, mais o setor cresce, gerando empregos, renda e reafirmando o Rio como um polo estratégico da indústria audiovisual.”, conclui.
O cinema brasileiro está vivendo um ótimo momento de projeção internacional, não só pelo sucesso de “Ainda estou aqui”, mas também de outras produções recentes, como “O último azul”, de Gabriel Mascaro, vencedor do Urso de Prata na Berlinale 2025, e “Hora do recreio”, de Lúcia Murat, premiado pelo júri jovem da mostra Generation 14 Plus no mesmo festival, (este uma parceria com a RioFilme, por meio dos editais da empresa). A boa receptividade dos nossos filmes pela crítica e público estrangeiros vem para fortalecer as ações de internacionalização do audiovisual carioca nos mercados mais importantes do circuito internacional de cinema.