A fachada das Casas Casadas está passando, esta semana, por uma pintura de conservação na área externa. A pintura está acontecendo na fachada dos jardins, onde acontecem os eventos, e no muro que a cerca devido ao desgaste da exposição a sol e chuva. O complexo, tombado pelo Patrimônio Histórico e sede da RioFilme, tem sua história ligada à urbanização da cidade do Rio de Janeiro. Ela é um dos últimos exemplares de um modo de vida da cidade que privilegiava residências multifamiliares.
O prédio chama-se Casas Casadas por serem as residências coladas umas às outras, fazendo alusão os biscoitos casadinhos, que também possuem origem portuguesa. As Casas Casadas foram passadas por várias gerações da Família Leite Leal após a morte do patriarca Antonio, em 1888.
O complexo localizado no número 307 da Rua das Laranjeiras sempre ganhou destaque por sua imponência. Mas as Casas Casadas também já passaram por momentos complicados. No ano de 1970, o Sr. Lúcio Thomé adquiriu todas as casas e tornou-se o único proprietário. Seu objetivo era demolir as residências para explorar toda a área ocupada, já que o bairro estava em crescente expansão imobiliária.
Os moradores de Laranjeiras criaram um movimento para evitar a demolição. O Sr. Jorge Fernandes, que residia em uma das Casas, procurou o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC) para conseguir auxílio e impedir a destruição total das Casas Casadas. Em 1979, aconteceu o tombamento histórico do prédio feito pelo INEPAC. Para que isso ocorresse, a atuação dos moradores do bairro deu-se através da Associação de Amigos e Moradores de Laranjeiras (AMAL). Em 1988, as Casas Casadas foram doadas para a Beneficência Portuguesa.
Em 1994, um grande incêndio atingiu as residências. Em dezembro de 1994, a Prefeitura do Rio adquiriu o imóvel. No ano de 1997 iniciou-se o período de restauração das Casas, que mesmo com algumas interrupções, terminou em 2004. Desde 2006, as Casas Casadas se transformaram na sede da RioFilme.